O Pensador

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Eleições 2012: PT conquista 635 prefeituras em todo o País

Eleições 2012: PT conquista 635 prefeituras em todo o País


PT governará seis das sete maiores cidades de São Paulo

Além de vencer a disputa pela prefeitura da capital de São Paulo, o PT também conquistou prefeituras de cidades importantes do estado neste 2º turno das eleições. No primeiro turno, o PT já havia conquistado 62 prefeituras e, no 2º turno, ganhou mais três: Guarulhos, Mauá e Santo André.


A vitória do partido foi considerada “extraordinária e inquestionável” pelo deputado José de Filippi (PT-SP). “Das sete maiores cidades em população, o PT ganhou em seis. Isso demonstra que o PT, mesmo sob o ataque de parte da mídia e dos jornalões, fazendo um espetáculo do julgamento da Ação Penal 470 no STF, o partido conseguiu sair vitorioso. Isso demonstra amadurecimento do povo brasileiro e confiança nas políticas – sobretudo nas sociais – praticadas pelo PT. O partido governa para todos, mas prioriza os que mais precisam”, destacou o parlamentar.
Outros parlamentares de São Paulo da Bancada do PT na Câmara também comemoraram a vitória do Partido dos Trabalhadores nas eleições de 2012. O deputado Newton Lima (PT-SP) afirmou que considera a conquista “positiva”, pela quantidade de prefeituras que estarão sob a administração do PT. “Além da capital, o PT venceu em cidades importantes, e essa presença majoritária demonstra que o partido sai fortalecido para o trabalho de reeleição da presidenta Dilma em 2014 e para a disputa ao governo do estado de São Paulo”.
A deputada Janete Rocha Pietá (PT-SP) destacou a importância da conquista do PT em Guarulhos, pela quarta vez consecutiva. Observou que “a vitória do partido em todo o estado prepara o PT para enfrentar os tucanos na disputa pelo governo de São Paulo em 2014”.
O deputado Carlos Zarattini (PT-SP) ratifica essa avalição: “O resultado amplia a capacidade de o partido ganhar o governo do estado de São Paulo na disputa que acontece em 2014”. Para o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), “o PT foi o partido vitorioso nestas eleições”.
(Gizele Benitz, PT na Câmara)



sábado, 27 de outubro de 2012

Ubatuba Cobra: Para Relaxar

Ubatuba Cobra: Para Relaxar

Parabéns Lula, o patrono dos insubordinados


Parabéns Lula, o patrono dos insubordinados

27/10/2012

Discurso histórico de Lula

Blog do Mello: Alguém acredita que interpretação que STF fez do m...

Blog do Mello: Alguém acredita que interpretação que STF fez do m...: Será que todo o circo, a indignação encenada, as frases rebuscadas, as consultas a assessores "criativos", os floreios abundantemente usados...

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Blog do Mello: Até o Estadão denuncia que baixarias contra Haddad...: A coisa em São Paulo está mais feia para Serra que ele mesmo. Até o tradicionalíssimo jornalão Estadão denuncia que o núcleo da baixaria n...

Embarcação de Ubatuba vence a Regata Recife/Fernando de Noronha (Refeno)






Embarcação de Ubatuba vence a  Regata Recife/Fernando de Noronha (Refeno)


Veleiro “Sessentão” superou trimarãs e campeões olímpicos em sua primeira participação na prova  e conquista a Fita Azul

 
Em sua primeira participação na Regata Recife- Fernando de Noronha, mais conhecida como  Refeno, que aconteceu entre os dias 13 e 16 de outubro, o veleiro Sessentão, um Nacira 60, teve um desempenho exemplar.
Alain Simon é o de camiseta listrada
Comandado pelo suíço radicado em São Paulo e diretor de vela do Ubatuba Iate Clube, Alain Pierre Simon Vermot, 66 anos, conseguiu fazer com que sua embarcação fosse a primeira a cruzar a linha de chegada superando a expectativa geral de que o primeiro barco a terminar a prova seria o bicampeão trimarã Ave Rara Lubrax.
O Ave Rara foi campeão das duas últimas edições da regata, mas eis que o monocasco debutante na competição, o Sessentão, de Ubatuba/SP, roubou a cena e cruzou a linha de chegada na praia do Boldró às 19h20.
Foram necessárias 29h’50min’ e 14 segundos para que o Sessentão completasse o percurso entre Recife e Fernando de Noronha (são 545 quilômetros que separam a capital pernambucana do arquipélago).
Em segundo lugar, chegou o barco Zing 2, dos medalhista olímpicos Lars Gael e Eduardo Penido com o tempo de 30h’44m’ e 37 segundos. Já o Ave Rara chegou duas horas depois do vencedor.
Alain Simon confessou que não foi uma vitória fácil e só soube que havia vencido na chegada. “Nós passamos o Zing 2 na saída do Porto, mas eles retomaram a liderança e chegaram a ficar 3 milhas na nossa frente.Retomamos a dianteira na manhã seguinte, mas não sabíamos se iríamos chegar mesmo em primeiro. Fiquei surpreso, sim, com o resultado. Só tive certeza da vitória quando cheguei. Mas fomos bem desde o início, mantivemos uma boa velocidade e deu tudo certo Foi uma disputa muito bonita” disse Simon que levou o Troféu Fita Azul.
 Veleiro Sessentão
O veleiro Sessentão, sediado no Ubatuba Iate Clube - Ubatuba/SP é um Nacira 60 e tem 18 metros e 20 centímetros de comprimento. Ele disputou na classe Orc Club, foi comandado por Alain Simon e velejou com sete tripulantes, um pernambucano e os demais ubatubenses e paulistanos. 

Refeno

A 24ª edição da Regata Recife-Fernando de Noronha (Refeno). começou às 12h30, do dia 13 de outubro, quando 81 embarcações, divididas em 13 categorias, saíram do Marco Zero com destino ao arquipélago.
Pela primeira vez, a competição foi disputada no mês de outubro, para evitar os fortes ventos do mês de setembro.
Confira abaixo os resultados por categoria:
RGS:
1. Mahalo, 37:22:15
2. Mussulo III, 37:22:34
3. Recreio, 39:02:55

ORC Internacional:
1. Manos Champ, 25:32:57
2. Marujos, 26:46:31
3. Zing 2, 28:13:10

ORC Club:
1. Sessentão, 27:58:29
2. Fantasma II, 29:00:40

Catamarã A
1. Quattro, 37:11:30

Catamarã B:
1. Zen, 34:00:00
2. Tupinambá, 46:19:21
3. Scambau, 46:37:35

Catamarã C:
1. Guaraci, 43:43:52
2. Frevo, 43:45:27
3. Muakã, 45:37:56

Trimarã A:
1. Ave Rara, 31:15:05
2. 14 Bis, 37:07:33

Trimarã B:
1. Fandango, 34:22:27
2. Nativo, 36:08:04

Aberta A:
1. Karpaleo 2 Fase, 43:30:44
2. Aya, 44:44:00
3. Sobá, 46:20:37

Aberta B:
1. VMax 5, 47:07:44

Bico de Proa:
1. 
For Sale, 37:34:30
2. Swan Lake, 38:12:50
3. Grand Luc, 41:08:09

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Guarani-Caiowa contra: Fazendeiros, Pistoleiros, Policia...

Quando os pistoleiros não conseguem efetuar o despejo, os fazendeiros contratam advogados para conseguir a ordem de despejo da Justiça Federal, a ser realizada pelas forças policiais. A forma de agir dos agentes policiais não difere muito da dos pistoleiros: ambos utilizam armas pesadas, queimam as casas das comunidades indígenas, ameaçam e assustam crianças, mulheres e idosos. Muitos indígenas que foram vítimas de despejo e massacres, ao narrar suas histórias, nem conseguem saber se foram pistoleiros ou policiais os que agiram.



Reação Guarani-KaiowaTonico Benites - Guarani-Kaiowá, antropólogo, professor e doutorando (UFRJ)


Após a guerra entre Brasil e Paraguai, entre 1864 e 1870, foi registrada detalhadamente a presença dos Guarani (falantes do dialeto Ñandéva) e Kaiowá na fronteira entre Brasil e Paraguai. Mesmo assim, foi assinado contrato entre o Estado brasileiro, à época um Império, e a Cia. Matte Larangeiras, permitindo a exploração da erva-mate na região em que estavam os indígenas. Os trabalhadores envolvidos no serviço da extração da erva-mate já eram Guarani. Como, para a realização desse extrativismo vegetal, não se expulsavam os indígenas do seu território tradicional, e, assim, havia poucos conflitos entre os Guarani-Kaiowá e não indígenas.

O SPI (Serviço de Proteção aos Índios), desconhecendo o modo de viver dos Kaiowá e Guarani e o modo de ocupar seus territórios, instituiu entre 1915 e 1928 oito minúsculas reservas. Nestas reservas esse órgão impôs um ordenamento militar, educação escolar, assistência sanitária e favoreceu as atividades das missões evangélicas que se instalavam na região. Os funcionários do SPI e outros colonizadores não se conformavam com o modo espalhado (sarambi) dos indígenas de ocupar o espaço. Era preciso concentrar os indígenas para possibilitar a ocupação de seus territórios. Várias famílias extensas estabeleceram morada nessas reservas do SPI, mas muitas outras continuaram vivendo nas matas da região. Entre as décadas de 50 e 80, durante a implantação das fazendas, muitos Guarani-Kaiowá trabalharam na derrubada de todo o mato da região que habitavam. Logo em seguida, os fazendeiros recém-assentados, aliados ao poder político da região e à ditadura em vigor, começaram expulsar e dispersar de forma violenta as famílias Guarani-Kaiowá dos seus territórios tradicionais.

Como reação a esses atos truculentos dos fazendeiros e seus capangas, emergiu na década 80 um movimento político pouco conhecido no restante do país, a grande assembléia guarani e kaiowá, Aty Guasu. O objetivo foi o de fazer frente ao processo sistemático de etnocídio, a expulsão e dispersão forçada das famílias extensas indígenas do seu território tradicional. Das Aty Guasu participam hoje centenas de lideranças Guarani-Kaiowá. Durante esses eventos, ao mesmo tempo em que ocorrem discussões políticas, se realizam também rituais para o fortalecimento da luta. É das Aty Guasu que partiram nas últimas décadas as reivindicações de demarcação de terras, além de denúncias e sugestões sobre possíveis soluções para o problema dos Guarani-Kaiowá.

Apesar das dificuldades, muitas das reivindicações, aos poucos, vêm sendo atendidas pelos poderes públicos. Além de organizar as Aty Guasu, os Guarani-Kaiowá passaram a reocupar partes de seu território que já se encontravam identificada, mas ainda permaneciam na posse de fazendeiros. Depois da retomada desse pedaço da terra, os indígenas mudavam definitivamente para essas áreas, saindo das reservas do SPI ou das margens de rodovias onde se encontravam assentados depois de terem sido expulsos pelos fazendeiros. Ao mesmo tempo em que se organizou o movimento de retomada/reocupação de território tradicional Guarani-Kaiowá, os fazendeiros se organizaram e passaram a recorrer destacadamente a duas instâncias de poderes adversos para reprimir e extinguir o movimento indígena. Primeiro, passaram a recorrer a pistoleiros – que eles, recorrendo a um eufemismo, chamam de “seguranças armados” –, que despejam os indígenas dos locais reocupados, além de assassinar, massacrar, torturar crianças, mulheres e idosas indígenas. Os pistoleiros e seus contratantes agem impunemente há décadas na região e já atuaram dezenas de vezes contra grupos indígenas que retomavam suas terras.

Quando os pistoleiros não conseguem efetuar o despejo, os fazendeiros contratam advogados para conseguir a ordem de despejo da Justiça Federal, a ser realizada pelas forças policiais. A forma de agir dos agentes policiais não difere muito da dos pistoleiros: ambos utilizam armas pesadas, queimam as casas das comunidades indígenas, ameaçam e assustam crianças, mulheres e idosos. Muitos indígenas que foram vítimas de despejo e massacres, ao narrar suas histórias, nem conseguem saber se foram pistoleiros ou policiais os que agiram.

No final de 2009, houve vários despejos e assassinatos dos indígenas realizados por pistoleiros na região de Cone Sul de MS. Além disso, neste primeiro semestre, estão em cursos vários processos que podem resultar em despejos, autorizados, ou não, pela Justiça. Muitos grupos Guarani-Kaiowá nessa situação já nem sabem mais a quem recorrer para garantir os seus direitos. Hoje, como se vê na mídia em MS, para grande parte dos políticos locais, missionários, jornalistas e, sobretudo, fazendeiros, os povos indígenas são invasores de terras, pagãos, infiéis e violentos, a serem evangelizados, pacificados, “civilizados”, denunciados e exterminados. Na concepção de muitos dos chamados “produtores rurais”, os indígenas não deveriam reivindicar a implementação dos seus direitos, nem deveriam contar com a proteção das leis e da Justiça brasileiras. Em alto e bom som, vários anunciam que os indígenas podem ser assassinados, massacrados e escravizados, sob o regime de ameaça de morte dos pistoleiros contratados.

De fato, os assassinatos de indígenas estão ocorrendo de forma perversa e cruel em todas as regiões do Mato Grosso Sul. Atualmente, a forma mais destacada de exploração ou escravização da mão-de-obra Guarani-Kaiowá são as usinas de álcool e açúcar. É evidente que essa dominação é não só permitida como também fomentada pelos próprios sistemas de poderes políticos e econômicos dominantes no Brasil. Os direitos indígenas garantidos na Constituição Federal estão sendo claramente ignorados em Mato Grosso do Sul.

Após a guerra entre Brasil e Paraguai, entre 1864 e 1870, foi registrada detalhadamente a presença dos Guarani (falantes do dialeto Ñandéva) e Kaiowá na fronteira entre Brasil e Paraguai. Mesmo assim, foi assinado contrato entre o Estado brasileiro, à época um Império, e a Cia. Matte Larangeiras, permitindo a exploração da erva-mate na região em que estavam os indígenas. Os trabalhadores envolvidos no serviço da extração da erva-mate já eram Guarani. Como, para a realização desse extrativismo vegetal, não se expulsavam os indígenas do seu território tradicional, e, assim, havia poucos conflitos entre os Guarani-Kaiowá e não indígenas. 
O SPI (Serviço de Proteção aos Índios), desconhecendo o modo de viver dos Kaiowá e Guarani e o modo de ocupar seus territórios, instituiu entre 1915 e 1928 oito minúsculas reservas. Nestas reservas esse órgão impôs um ordenamento militar, educação escolar, assistência sanitária e favoreceu as atividades das missões evangélicas que se instalavam na região. Os funcionários do SPI e outros colonizadores não se conformavam com o modo espalhado (sarambi) dos indígenas de ocupar o espaço. Era preciso concentrar os indígenas para possibilitar a ocupação de seus territórios. Várias famílias extensas estabeleceram morada nessas reservas do SPI, mas muitas outras continuaram vivendo nas matas da região. Entre as décadas de 50 e 80, durante a implantação das fazendas, muitos Guarani-Kaiowá trabalharam na derrubada de todo o mato da região que habitavam. Logo em seguida, os fazendeiros recém-assentados, aliados ao poder político da região e à ditadura em vigor, começaram expulsar e dispersar de forma violenta as famílias Guarani-Kaiowá dos seus territórios tradicionais.

Como reação a esses atos truculentos dos fazendeiros e seus capangas, emergiu na década 80 um movimento político pouco conhecido no restante do país, a grande assembléia guarani e kaiowá, Aty Guasu. O objetivo foi o de fazer frente ao processo sistemático de etnocídio, a expulsão e dispersão forçada das famílias extensas indígenas do seu território tradicional. Das Aty Guasu participam hoje centenas de lideranças Guarani-Kaiowá. Durante esses eventos, ao mesmo tempo em que ocorrem discussões políticas, se realizam também rituais para o fortalecimento da luta. É das Aty Guasu que partiram nas últimas décadas as reivindicações de demarcação de terras, além de denúncias e sugestões sobre possíveis soluções para o problema dos Guarani-Kaiowá.

Apesar das dificuldades, muitas das reivindicações, aos poucos, vêm sendo atendidas pelos poderes públicos. Além de organizar as Aty Guasu, os Guarani-Kaiowá passaram a reocupar partes de seu território que já se encontravam identificada, mas ainda permaneciam na posse de fazendeiros. Depois da retomada desse pedaço da terra, os indígenas mudavam definitivamente para essas áreas, saindo das reservas do SPI ou das margens de rodovias onde se encontravam assentados depois de terem sido expulsos pelos fazendeiros. Ao mesmo tempo em que se organizou o movimento de retomada/reocupação de território tradicional Guarani-Kaiowá, os fazendeiros se organizaram e passaram a recorrer destacadamente a duas instâncias de poderes adversos para reprimir e extinguir o movimento indígena. Primeiro, passaram a recorrer a pistoleiros – que eles, recorrendo a um eufemismo, chamam de “seguranças armados” –, que despejam os indígenas dos locais reocupados, além de assassinar, massacrar, torturar crianças, mulheres e idosas indígenas. Os pistoleiros e seus contratantes agem impunemente há décadas na região e já atuaram dezenas de vezes contra grupos indígenas que retomavam suas terras.

Quando os pistoleiros não conseguem efetuar o despejo, os fazendeiros contratam advogados para conseguir a ordem de despejo da Justiça Federal, a ser realizada pelas forças policiais. A forma de agir dos agentes policiais não difere muito da dos pistoleiros: ambos utilizam armas pesadas, queimam as casas das comunidades indígenas, ameaçam e assustam crianças, mulheres e idosos. Muitos indígenas que foram vítimas de despejo e massacres, ao narrar suas histórias, nem conseguem saber se foram pistoleiros ou policiais os que agiram.

No final de 2009, houve vários despejos e assassinatos dos indígenas realizados por pistoleiros na região de Cone Sul de MS. Além disso, neste primeiro semestre, estão em cursos vários processos que podem resultar em despejos, autorizados, ou não, pela Justiça. Muitos grupos Guarani-Kaiowá nessa situação já nem sabem mais a quem recorrer para garantir os seus direitos. Hoje, como se vê na mídia em MS, para grande parte dos políticos locais, missionários, jornalistas e, sobretudo, fazendeiros, os povos indígenas são invasores de terras, pagãos, infiéis e violentos, a serem evangelizados, pacificados, “civilizados”, denunciados e exterminados. Na concepção de muitos dos chamados “produtores rurais”, os indígenas não deveriam reivindicar a implementação dos seus direitos, nem deveriam contar com a proteção das leis e da Justiça brasileiras. Em alto e bom som, vários anunciam que os indígenas podem ser assassinados, massacrados e escravizados, sob o regime de ameaça de morte dos pistoleiros contratados.

De fato, os assassinatos de indígenas estão ocorrendo de forma perversa e cruel em todas as regiões do Mato Grosso Sul. Atualmente, a forma mais destacada de exploração ou escravização da mão-de-obra Guarani-Kaiowá são as usinas de álcool e açúcar. É evidente que essa dominação é não só permitida como também fomentada pelos próprios sistemas de poderes políticos e econômicos dominantes no Brasil. Os direitos indígenas garantidos na Constituição Federal estão sendo claramente ignorados em Mato Grosso do Sul.

O SPI (Serviço de Proteção aos Índios), desconhecendo o modo de viver dos Kaiowá e Guarani e o modo de ocupar seus territórios, instituiu entre 1915 e 1928 oito minúsculas reservas. Nestas reservas esse órgão impôs um ordenamento militar, educação escolar, assistência sanitária e favoreceu as atividades das missões evangélicas que se instalavam na região. Os funcionários do SPI e outros colonizadores não se conformavam com o modo espalhado (sarambi) dos indígenas de ocupar o espaço. Era preciso concentrar os indígenas para possibilitar a ocupação de seus territórios. Várias famílias extensas estabeleceram morada nessas reservas do SPI, mas muitas outras continuaram vivendo nas matas da região. Entre as décadas de 50 e 80, durante a implantação das fazendas, muitos Guarani-Kaiowá trabalharam na derrubada de todo o mato da região que habitavam. Logo em seguida, os fazendeiros recém-assentados, aliados ao poder político da região e à ditadura em vigor, começaram expulsar e dispersar de forma violenta as famílias Guarani-Kaiowá dos seus territórios tradicionais. 
Como reação a esses atos truculentos dos fazendeiros e seus capangas, emergiu na década 80 um movimento político pouco conhecido no restante do país, a grande assembléia guarani e kaiowá, Aty Guasu. O objetivo foi o de fazer frente ao processo sistemático de etnocídio, a expulsão e dispersão forçada das famílias extensas indígenas do seu território tradicional. Das Aty Guasu participam hoje centenas de lideranças Guarani-Kaiowá. Durante esses eventos, ao mesmo tempo em que ocorrem discussões políticas, se realizam também rituais para o fortalecimento da luta. É das Aty Guasu que partiram nas últimas décadas as reivindicações de demarcação de terras, além de denúncias e sugestões sobre possíveis soluções para o problema dos Guarani-Kaiowá.

Apesar das dificuldades, muitas das reivindicações, aos poucos, vêm sendo atendidas pelos poderes públicos. Além de organizar as Aty Guasu, os Guarani-Kaiowá passaram a reocupar partes de seu território que já se encontravam identificada, mas ainda permaneciam na posse de fazendeiros. Depois da retomada desse pedaço da terra, os indígenas mudavam definitivamente para essas áreas, saindo das reservas do SPI ou das margens de rodovias onde se encontravam assentados depois de terem sido expulsos pelos fazendeiros. Ao mesmo tempo em que se organizou o movimento de retomada/reocupação de território tradicional Guarani-Kaiowá, os fazendeiros se organizaram e passaram a recorrer destacadamente a duas instâncias de poderes adversos para reprimir e extinguir o movimento indígena. Primeiro, passaram a recorrer a pistoleiros – que eles, recorrendo a um eufemismo, chamam de “seguranças armados” –, que despejam os indígenas dos locais reocupados, além de assassinar, massacrar, torturar crianças, mulheres e idosas indígenas. Os pistoleiros e seus contratantes agem impunemente há décadas na região e já atuaram dezenas de vezes contra grupos indígenas que retomavam suas terras.

Quando os pistoleiros não conseguem efetuar o despejo, os fazendeiros contratam advogados para conseguir a ordem de despejo da Justiça Federal, a ser realizada pelas forças policiais. A forma de agir dos agentes policiais não difere muito da dos pistoleiros: ambos utilizam armas pesadas, queimam as casas das comunidades indígenas, ameaçam e assustam crianças, mulheres e idosos. Muitos indígenas que foram vítimas de despejo e massacres, ao narrar suas histórias, nem conseguem saber se foram pistoleiros ou policiais os que agiram.

No final de 2009, houve vários despejos e assassinatos dos indígenas realizados por pistoleiros na região de Cone Sul de MS. Além disso, neste primeiro semestre, estão em cursos vários processos que podem resultar em despejos, autorizados, ou não, pela Justiça. Muitos grupos Guarani-Kaiowá nessa situação já nem sabem mais a quem recorrer para garantir os seus direitos. Hoje, como se vê na mídia em MS, para grande parte dos políticos locais, missionários, jornalistas e, sobretudo, fazendeiros, os povos indígenas são invasores de terras, pagãos, infiéis e violentos, a serem evangelizados, pacificados, “civilizados”, denunciados e exterminados. Na concepção de muitos dos chamados “produtores rurais”, os indígenas não deveriam reivindicar a implementação dos seus direitos, nem deveriam contar com a proteção das leis e da Justiça brasileiras. Em alto e bom som, vários anunciam que os indígenas podem ser assassinados, massacrados e escravizados, sob o regime de ameaça de morte dos pistoleiros contratados.

De fato, os assassinatos de indígenas estão ocorrendo de forma perversa e cruel em todas as regiões do Mato Grosso Sul. Atualmente, a forma mais destacada de exploração ou escravização da mão-de-obra Guarani-Kaiowá são as usinas de álcool e açúcar. É evidente que essa dominação é não só permitida como também fomentada pelos próprios sistemas de poderes políticos e econômicos dominantes no Brasil. Os direitos indígenas garantidos na Constituição Federal estão sendo claramente ignorados em Mato Grosso do Sul.

Como reação a esses atos truculentos dos fazendeiros e seus capangas, emergiu na década 80 um movimento político pouco conhecido no restante do país, a grande assembléia guarani e kaiowá, Aty Guasu. O objetivo foi o de fazer frente ao processo sistemático de etnocídio, a expulsão e dispersão forçada das famílias extensas indígenas do seu território tradicional. Das Aty Guasu participam hoje centenas de lideranças Guarani-Kaiowá. Durante esses eventos, ao mesmo tempo em que ocorrem discussões políticas, se realizam também rituais para o fortalecimento da luta. É das Aty Guasu que partiram nas últimas décadas as reivindicações de demarcação de terras, além de denúncias e sugestões sobre possíveis soluções para o problema dos Guarani-Kaiowá. 
Apesar das dificuldades, muitas das reivindicações, aos poucos, vêm sendo atendidas pelos poderes públicos. Além de organizar as Aty Guasu, os Guarani-Kaiowá passaram a reocupar partes de seu território que já se encontravam identificada, mas ainda permaneciam na posse de fazendeiros. Depois da retomada desse pedaço da terra, os indígenas mudavam definitivamente para essas áreas, saindo das reservas do SPI ou das margens de rodovias onde se encontravam assentados depois de terem sido expulsos pelos fazendeiros. Ao mesmo tempo em que se organizou o movimento de retomada/reocupação de território tradicional Guarani-Kaiowá, os fazendeiros se organizaram e passaram a recorrer destacadamente a duas instâncias de poderes adversos para reprimir e extinguir o movimento indígena. Primeiro, passaram a recorrer a pistoleiros – que eles, recorrendo a um eufemismo, chamam de “seguranças armados” –, que despejam os indígenas dos locais reocupados, além de assassinar, massacrar, torturar crianças, mulheres e idosas indígenas. Os pistoleiros e seus contratantes agem impunemente há décadas na região e já atuaram dezenas de vezes contra grupos indígenas que retomavam suas terras.

Quando os pistoleiros não conseguem efetuar o despejo, os fazendeiros contratam advogados para conseguir a ordem de despejo da Justiça Federal, a ser realizada pelas forças policiais. A forma de agir dos agentes policiais não difere muito da dos pistoleiros: ambos utilizam armas pesadas, queimam as casas das comunidades indígenas, ameaçam e assustam crianças, mulheres e idosos. Muitos indígenas que foram vítimas de despejo e massacres, ao narrar suas histórias, nem conseguem saber se foram pistoleiros ou policiais os que agiram.

No final de 2009, houve vários despejos e assassinatos dos indígenas realizados por pistoleiros na região de Cone Sul de MS. Além disso, neste primeiro semestre, estão em cursos vários processos que podem resultar em despejos, autorizados, ou não, pela Justiça. Muitos grupos Guarani-Kaiowá nessa situação já nem sabem mais a quem recorrer para garantir os seus direitos. Hoje, como se vê na mídia em MS, para grande parte dos políticos locais, missionários, jornalistas e, sobretudo, fazendeiros, os povos indígenas são invasores de terras, pagãos, infiéis e violentos, a serem evangelizados, pacificados, “civilizados”, denunciados e exterminados. Na concepção de muitos dos chamados “produtores rurais”, os indígenas não deveriam reivindicar a implementação dos seus direitos, nem deveriam contar com a proteção das leis e da Justiça brasileiras. Em alto e bom som, vários anunciam que os indígenas podem ser assassinados, massacrados e escravizados, sob o regime de ameaça de morte dos pistoleiros contratados.

De fato, os assassinatos de indígenas estão ocorrendo de forma perversa e cruel em todas as regiões do Mato Grosso Sul. Atualmente, a forma mais destacada de exploração ou escravização da mão-de-obra Guarani-Kaiowá são as usinas de álcool e açúcar. É evidente que essa dominação é não só permitida como também fomentada pelos próprios sistemas de poderes políticos e econômicos dominantes no Brasil. Os direitos indígenas garantidos na Constituição Federal estão sendo claramente ignorados em Mato Grosso do Sul.

Apesar das dificuldades, muitas das reivindicações, aos poucos, vêm sendo atendidas pelos poderes públicos. Além de organizar as Aty Guasu, os Guarani-Kaiowá passaram a reocupar partes de seu território que já se encontravam identificada, mas ainda permaneciam na posse de fazendeiros. Depois da retomada desse pedaço da terra, os indígenas mudavam definitivamente para essas áreas, saindo das reservas do SPI ou das margens de rodovias onde se encontravam assentados depois de terem sido expulsos pelos fazendeiros. Ao mesmo tempo em que se organizou o movimento de retomada/reocupação de território tradicional Guarani-Kaiowá, os fazendeiros se organizaram e passaram a recorrer destacadamente a duas instâncias de poderes adversos para reprimir e extinguir o movimento indígena. Primeiro, passaram a recorrer a pistoleiros – que eles, recorrendo a um eufemismo, chamam de “seguranças armados” –, que despejam os indígenas dos locais reocupados, além de assassinar, massacrar, torturar crianças, mulheres e idosas indígenas. Os pistoleiros e seus contratantes agem impunemente há décadas na região e já atuaram dezenas de vezes contra grupos indígenas que retomavam suas terras.
Quando os pistoleiros não conseguem efetuar o despejo, os fazendeiros contratam advogados para conseguir a ordem de despejo da Justiça Federal, a ser realizada pelas forças policiais. A forma de agir dos agentes policiais não difere muito da dos pistoleiros: ambos utilizam armas pesadas, queimam as casas das comunidades indígenas, ameaçam e assustam crianças, mulheres e idosos. Muitos indígenas que foram vítimas de despejo e massacres, ao narrar suas histórias, nem conseguem saber se foram pistoleiros ou policiais os que agiram.

No final de 2009, houve vários despejos e assassinatos dos indígenas realizados por pistoleiros na região de Cone Sul de MS. Além disso, neste primeiro semestre, estão em cursos vários processos que podem resultar em despejos, autorizados, ou não, pela Justiça. Muitos grupos Guarani-Kaiowá nessa situação já nem sabem mais a quem recorrer para garantir os seus direitos. Hoje, como se vê na mídia em MS, para grande parte dos políticos locais, missionários, jornalistas e, sobretudo, fazendeiros, os povos indígenas são invasores de terras, pagãos, infiéis e violentos, a serem evangelizados, pacificados, “civilizados”, denunciados e exterminados. Na concepção de muitos dos chamados “produtores rurais”, os indígenas não deveriam reivindicar a implementação dos seus direitos, nem deveriam contar com a proteção das leis e da Justiça brasileiras. Em alto e bom som, vários anunciam que os indígenas podem ser assassinados, massacrados e escravizados, sob o regime de ameaça de morte dos pistoleiros contratados.

De fato, os assassinatos de indígenas estão ocorrendo de forma perversa e cruel em todas as regiões do Mato Grosso Sul. Atualmente, a forma mais destacada de exploração ou escravização da mão-de-obra Guarani-Kaiowá são as usinas de álcool e açúcar. É evidente que essa dominação é não só permitida como também fomentada pelos próprios sistemas de poderes políticos e econômicos dominantes no Brasil. Os direitos indígenas garantidos na Constituição Federal estão sendo claramente ignorados em Mato Grosso do Sul.

Quando os pistoleiros não conseguem efetuar o despejo, os fazendeiros contratam advogados para conseguir a ordem de despejo da Justiça Federal, a ser realizada pelas forças policiais. A forma de agir dos agentes policiais não difere muito da dos pistoleiros: ambos utilizam armas pesadas, queimam as casas das comunidades indígenas, ameaçam e assustam crianças, mulheres e idosos. Muitos indígenas que foram vítimas de despejo e massacres, ao narrar suas histórias, nem conseguem saber se foram pistoleiros ou policiais os que agiram. 
No final de 2009, houve vários despejos e assassinatos dos indígenas realizados por pistoleiros na região de Cone Sul de MS. Além disso, neste primeiro semestre, estão em cursos vários processos que podem resultar em despejos, autorizados, ou não, pela Justiça. Muitos grupos Guarani-Kaiowá nessa situação já nem sabem mais a quem recorrer para garantir os seus direitos. Hoje, como se vê na mídia em MS, para grande parte dos políticos locais, missionários, jornalistas e, sobretudo, fazendeiros, os povos indígenas são invasores de terras, pagãos, infiéis e violentos, a serem evangelizados, pacificados, “civilizados”, denunciados e exterminados. Na concepção de muitos dos chamados “produtores rurais”, os indígenas não deveriam reivindicar a implementação dos seus direitos, nem deveriam contar com a proteção das leis e da Justiça brasileiras. Em alto e bom som, vários anunciam que os indígenas podem ser assassinados, massacrados e escravizados, sob o regime de ameaça de morte dos pistoleiros contratados.

De fato, os assassinatos de indígenas estão ocorrendo de forma perversa e cruel em todas as regiões do Mato Grosso Sul. Atualmente, a forma mais destacada de exploração ou escravização da mão-de-obra Guarani-Kaiowá são as usinas de álcool e açúcar. É evidente que essa dominação é não só permitida como também fomentada pelos próprios sistemas de poderes políticos e econômicos dominantes no Brasil. Os direitos indígenas garantidos na Constituição Federal estão sendo claramente ignorados em Mato Grosso do Sul.

No final de 2009, houve vários despejos e assassinatos dos indígenas realizados por pistoleiros na região de Cone Sul de MS. Além disso, neste primeiro semestre, estão em cursos vários processos que podem resultar em despejos, autorizados, ou não, pela Justiça. Muitos grupos Guarani-Kaiowá nessa situação já nem sabem mais a quem recorrer para garantir os seus direitos. Hoje, como se vê na mídia em MS, para grande parte dos políticos locais, missionários, jornalistas e, sobretudo, fazendeiros, os povos indígenas são invasores de terras, pagãos, infiéis e violentos, a serem evangelizados, pacificados, “civilizados”, denunciados e exterminados. Na concepção de muitos dos chamados “produtores rurais”, os indígenas não deveriam reivindicar a implementação dos seus direitos, nem deveriam contar com a proteção das leis e da Justiça brasileiras. Em alto e bom som, vários anunciam que os indígenas podem ser assassinados, massacrados e escravizados, sob o regime de ameaça de morte dos pistoleiros contratados.
De fato, os assassinatos de indígenas estão ocorrendo de forma perversa e cruel em todas as regiões do Mato Grosso Sul. Atualmente, a forma mais destacada de exploração ou escravização da mão-de-obra Guarani-Kaiowá são as usinas de álcool e açúcar. É evidente que essa dominação é não só permitida como também fomentada pelos próprios sistemas de poderes políticos e econômicos dominantes no Brasil. Os direitos indígenas garantidos na Constituição Federal estão sendo claramente ignorados em Mato Grosso do Sul.

De fato, os assassinatos de indígenas estão ocorrendo de forma perversa e cruel em todas as regiões do Mato Grosso Sul. Atualmente, a forma mais destacada de exploração ou escravização da mão-de-obra Guarani-Kaiowá são as usinas de álcool e açúcar. É evidente que essa dominação é não só permitida como também fomentada pelos próprios sistemas de poderes políticos e econômicos dominantes no Brasil. Os direitos indígenas garantidos na Constituição Federal estão sendo claramente ignorados em Mato Grosso do Sul.
O povo Guarani-Kaiowá de Mato Grosso do Sul não assistiu calado à ocupação de seu território. Pelo contrário, muitos resistiram desde que o território que hoje corresponde ao sul desse Estado foi incorporado ao Brasil, após o fim da Guerra do Paraguai. Sobretudo nas últimas três décadas - após a redemocratização brasileira - as manifestações das lideranças indígenas ganharam espaço no Estado, principalmente através da grande assembleia guarani, a Aty Guasu. 

Mensagem falsa sobre ENEM partiu do coordenador de José Serra.






 Uma mensagem falsa espalhou ontem uma onda de boatos nas redes sociais sobre o cancelamento do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que está marcado - e confirmado


PF vai investigar possível uso eleitoral do Enem




BRASÍLIA - Uma mensagem falsa espalhou ontem uma onda de boatos nas redes sociais sobre o cancelamento do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que está marcado - e confirmado - para os próximos dias 3 e 4 de novembro. O Ministério da Educação (MEC) informou que seu portal na internet chegou a sair do ar por alguns minutos, devido ao elevado número de acessos por parte de internautas que buscavam esclarecimentos. O assunto, que era de educação, acabou virando tema eleitoral.
De acordo com o MEC, a mensagem que deu origem à confusão partiu de Eden Wiedemann, identificado pelo MEC como um publicitário de Pernambuco. Em sites especializados em redes sociais, Eden é identificado como coordenador de mídias como Facebook e Twitter da campanha do candidato do PSDB à prefeitura de São Paulo, José Serra. Procurada, a campanha de Serra disse que iria averiguar o caso e não confirmou se Eden trabalha ou não para o candidato. Ficou de responder, mas não retornou até o fechamento desta edição.
O ministro Aloizio Mercadante acionou a Polícia Federal para investigar o caso. Em sua página no Twitter, Wiedemann postou a seguinte mensagem na quarta-feira à noite: "VAI HADDAD!!! MEC confirma cancelamento das provas do Enem". O texto escrito pelo publicitário era acompanhado de um link para matéria veiculada pelo portal Terra, em 2009, quando o Enem foi, de fato, cancelado. O título da referida matéria é: "MEC confirma cancelamento das provas do Enem". No início da noite de ontem, ele voltou a postar a mensagem. Com ironia, comentou que os petistas estavam irados com a piada que fizera e diz que alguém começou a divulgar o cancelamento na terça-feira.
Segundo o MEC, uma busca no Twitter indicou que o primeiro usuário a enviar a mensagem teria sido Wiedemann. Os posts deram origem à hashtag "#EnemCancelado", expressão criada para designar um assunto em debate. Logo espalhou-se pela rede uma onda de boatos. Diversos posts eram acompanhados de link para antigas matérias de sites noticiosos sobre a suspensão do Enem de 2009 - que ocorreu após um caderno de questões ter sido furtado na gráfica. Link antigo do site do GLOBO também foi utilizado indevidamente no Facebook, o que levou o jornal a postar em seu site alerta de que o Enem não fora cancelado.
O MEC usou as redes sociais para confirmar que o próximo Enem será aplicado em 3 e 4 de novembro. "O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2012 está confirmado para os dias 3 e 4 de novembro. Estudantes já começaram a receber os cartões de confirmação e também podem conferir os locais de aplicação das provas na página do exame", dizia o texto do ministério.
Pela manhã, Mercadante declarou que está "tudo pronto" para a aplicação do exame.
- O primeiro Enem a gente nunca esquece.
Mercadante disse que houve reforço para a segurança na aplicação do exame. As provas, segundo ele, estão protegidas em 72 batalhões do Exército, PF, Polícia Rodoviária e Polícia Militar.
- Até agora esse trabalho já foi feito e não tivemos nenhuma dificuldade - afirmou. (Demétrio Weber)

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Diálogo urbano...




Luis Fernando Verissimo - O Estado de S.Paulo
Diálogo urbano, no meio de um engarrafamento. Carro a carro.
- É nisso que deu, oito anos de governo Lula. Este caos. Todo o mundo com carro, e todos os carros na rua ao mesmo tempo. Não tem mais hora de pique, agora é pique o dia inteiro. Foram criar a tal nova classe média e o resultado está aí: ninguém consegue mais se mexer. E não é só o trânsito. As lojas estão cheias. Há filas para comprar em toda parte. E vá tentar viajar de avião. Até para o exterior - tudo lotado. Um inferno. Será que não previram isto? Será que ninguém se deu conta dos efeitos que uma distribuição de renda irresponsável teria sobre a população e a economia? Que botar dinheiro na mão das pessoas só criaria esta confusão? Razão tinha quem dizia que um governo do PT seria um desastre, que era melhor emigrar. Quem pode viver em meio a uma euforia assim? E o pior: a nova classe média não sabe consumir. Não está acostumada a comprar certas coisas. Já vi gente apertando secador de cabelo e lepitopi como e fosse manga na feira. É constrangedor. E as ruas estão cheias de motoristas novatos com seu primeiro carro, com acesso ao seu primeiro acelerador e ao seu primeiro delírio de velocidade. O perigo só não é maior porque o trânsito não anda. É por isso que eu sou contra o Lula, contra o que ele e o PT fizeram com este país. Viver no Brasil ficou insuportável.
- A nova classe média nos descaracterizou?
- Exatamente. Nós não éramos assim. Nós nunca fomos assim. Lula acabou com o que tínhamos de mais nosso, que era a pirâmide social. Uma coisa antiga, sólida, estruturada...
- Buuu para o Lula, então?
- Buuu para o Lula!
- E buuu para o Fernando Henrique?
- Buuu para o... Como, "buuu para o Fernando Henrique"?!
- Não é o que estão dizendo? Que tudo que está aí começou com o Fernando Henrique? Que só o que o Lula fez foi continuar o que já tinha sido começado? Que o governo Lula foi irrelevante?
- Sim. Não. Quer dizer...
- Se você concorda que o governo Lula foi apenas o governo Fernando Henrique de barba, está dizendo que o verdadeiro culpado do caos é o Fernando Henrique.
- Claro que não. Se o responsável fosse o Fernando Henrique eu não chamaria de caos, nem seria contra.
- Por quê?
- Porque um é um e o outro é outro, e eu prefiro o outro.
- Então você não acha que Lula foi irrelevante e só continuou o que o Fernando Henrique começou, como dizem os que defendem o Fernando Henrique?
- Acho, mas...
Nesse momento o trânsito começou a andar e o diálogo acabou. 

Arroio Koral - esclarecendo...A quem vamos denunciar as violências praticadas contra nossas vidas? Para qual Justiça do Brasil? Se a própria Justiça Federal está gerando e alimentando violências contra nós.


24/10/2012

Conselho indigenista esclarece "suicídio coletivo" de índios

O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) emitiu nota para esclarecer o que está sendo disseminado nas redes sociais como "suicídio coletivo" dos índios Kaiowá e Guarani. Na verdade, a carta divulgada por eles fala em morte coletiva, já que decidiram ficar na terra e resistir à desapropriação autorizada pela Justiça Federal de Navirai, no Matro Grosso do Sul. Leia a íntegra da nota abaixo.

Nota sobre o suposto suicídio coletivo dos Kaiowá de Pyelito Kue


O Cimi entende que na carta dos indígenas Kaiowá e Guarani de Pyelito Kue, MS, não há menção alguma sobre suposto suicídio coletivo, tão difundido e comentado pela imprensa e nas redes sociais. Leiam com atenção o documento: os Kaiowá e Guarani falam em morte coletiva (o que é diferente de suicídio coletivo) no contexto da luta pela terra, ou seja, se a Justiça e os pistoleiros contratados pelos fazendeiros insistirem em tirá-los de suas terras tradicionais, estão dispostos a morrerem todos nela, sem jamais abandoná-las. Vivos não sairão do chão dos antepassados. Não se trata de suicídio coletivo! Leiam a carta, está tudo lá. É preciso desencorajar a reprodução de tais mentiras, como o que já se espalha por aí com fotos de índios enforcados e etc. Não precisamos expor de forma irresponsável um tema que muito impacta a vida dos Guarani Kaiowá.

O suicídio entre os Kaiowá e Guarani já ocorre há tempos e acomete sobretudo os jovens. Entre 2003 e 2010 foram 555 suicídios entre os Kaiowá e Guarani motivados por situações de confinamento, falta de perspectiva, violência aguda e variada, afastamento das terras tradicionais e vida em acampamentos às margens de estradas. Nenhum dos referidos suicídios ocorreu em massa, de maneira coletiva, organizada e anunciada.

Desde 1991, apenas oito terras indígenas foram homologadas para esses indígenas que compõem o segundo maior povo do país, com 43 mil indivíduos que vivem em terras diminutas. O Cimi acredita que tais números é que precisam de tamanha repercussão, não informações inverídicas que nada contribuem com a árdua e dolorosa luta desse povo resistente e abnegado pela Terra Sem Males.

Conselho Indigenista Missionário, 23 de outubro de 2012

Histórico


Os índios Guarani Kaiowá do Mato Grosso do Sul (MS), Centro-Oeste brasileiro, cansados da morosidade da justiça, decidiram retomar parte do tekoha (território sagrado) Arroio Koral, localizado no município de Paranhos, em 10 de agosto deste ano. Poucas horas depois, nem bem os cerca de 400 indígenas haviam montado acampamento, pistoleiros invadiram o local levando medo e terror para homens, mulheres e crianças.

No momento do ataque, os/as indígenas correram e se espalharam pela mata, no entanto, passados os momentos de pânico, aos poucos os Guarani Kaiowá foram retornando para o acampamento e mesmo se sentindo inseguros e amedrontados pretendem não sair mais de lá.

O Guarani Kaiowá Dionísio Gonçalves assegura que os indígenas estão firmes na decisão de permanecer no tekoha Arroio Koral, mesmo cientes das adversidades que terão que enfrentar, já que o território sagrado reivindicado por eles fica no meio de uma fazenda.

“Nós estamos decididos a não sair mais, nós resolvemos permanecer e vamos permanecer. Podem vir com tratores, nós não vamos sair. A terra é nossa, até o Supremo Tribunal Federal já reconheceu. Se não permitirem que a gente fique é melhor mandarem caixão e cruz, pois nós vamos ficar aqui”, assegurou.

A batalha pela retomada de terras indígenas não é de hoje no Mato Grosso do Sul. Neste estado, onde se localizam os mais altos índices de assassinatos de indígenas, esta população luta há vários anos pela devolução de terras tradicionais e sagradas. Dentro deste contexto de luta já aconteceram diversos ataques como os de sexta-feira, muitos ordenados por fazendeiros insatisfeitos com a devolução das terras aos seus verdadeiros donos.

O conflito fundiário e judicial que envolve o território sagrado Arroio Koral parecia estar resolvido quando o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou, em dezembro de 2009, um decreto homologando a demarcação da terra.

No entanto, em janeiro de 2010, o Supremo Tribunal Federal (STF), do qual está à frente o ministro Gilmar Mendes, suspendeu a eficácia do decreto presidencial em relação às fazendas Polegar, São Judas Tadeu, Porto Domingos e Potreiro-Corá.

O processo continua em andamento, mas tem caminhado a passos muito lentos, já que ainda não foi votado por todos os ministros. Assim, fartos da morosidade da justiça brasileira, os Guarani Kaiowá decidiram fazer a retomada da terra.

Os indígenas escreveram uma carta para os ministros do Supremo Tribunal Federal e para o Governo Federal em que reivindicam o despejo dos fazendeiros que ainda estão ocupando e destruindo territórios tradicionais já demarcados e reconhecidos pelo Estado brasileiro e pela Justiça Federal e exigem a devolução imediata de todos os antigos territórios indígenas.

“Sabemos que os pistoleiros das fazendas vão matar-nos, mas mesmo assim, a nossa manifestação pacífica começa hoje 10 de agosto de 2012. Por fim, solicitamos, com urgência, a presenças de todas as autoridades federais para registrar as nossas manifestações pacíficas, étnicas e públicas pela devolução total de nossos territórios antigos”, anuncia o último trecho da carta assinada por lideranças, rezadores, mulheres pertencentes ao Povo Kaiowá e Guarani dos acampamentos e das margens de rodovias, ameaçados pelos pistoleiros das fazendas, dos territórios reocupados e das Reservas/Aldeias Guarani e Kaiowá do Mato Grosso do Sul.

Leia a carta dos indígenas na íntegra:
Carta da comunidade Guarani-Kaiowá de Pyelito Kue/Mbarakay-Iguatemi-MS para o Governo e Justiça do Brasil
Nós (50 homens, 50 mulheres e 70 crianças) comunidades Guarani-Kaiowá originárias de tekoha Pyelito kue/Mbrakay, viemos através desta carta apresentar a nossa situação histórica e decisão definitiva diante de da ordem de despacho expressado pela Justiça Federal de Navirai-MS, conforme o processo nº 0000032-87.2012.4.03.6006, do dia 29 de setembro de 2012. Recebemos a informação de que nossa comunidade logo será atacada, violentada e expulsa da margem do rio pela própria Justiça Federal, de Navirai-MS.

Assim, fica evidente para nós, que a própria ação da Justiça Federal gera e aumenta as violências contra as nossas vidas, ignorando os nossos direitos de sobreviver à margem do rio Hovy e próximo de nosso território tradicional Pyelito Kue/Mbarakay. Entendemos claramente que esta decisão da Justiça Federal de Navirai-MS é parte da ação de genocídio e extermínio histórico ao povo indígena, nativo e autóctone do Mato Grosso do Sul, isto é, a própria ação da Justiça Federal está violentando e exterminado e as nossas vidas. Queremos deixar evidente ao Governo e Justiça Federal que por fim, já perdemos a esperança de sobreviver dignamente e sem violência em nosso território antigo, não acreditamos mais na Justiça brasileira. A quem vamos denunciar as violências praticadas contra nossas vidas? Para qual Justiça do Brasil? Se a própria Justiça Federal está gerando e alimentando violências contra nós. Nós já avaliamos a nossa situação atual e concluímos que vamos morrer todos mesmo em pouco tempo, não temos e nem teremos perspectiva de vida digna e justa tanto aqui na margem do rio quanto longe daqui. Estamos aqui acampados a 50 metros do rio Hovy onde já ocorreram quatro mortes, sendo duas por meio de suicídio e duas em decorrência de espancamento e tortura de pistoleiros das fazendas.

Moramos na margem do rio Hovy há mais de um ano e estamos sem nenhuma assistência, isolados, cercado de pistoleiros e resistimos até hoje. Comemos comida uma vez por dia. Passamos tudo isso para recuperar o nosso território antigo Pyleito Kue/Mbarakay. De fato, sabemos muito bem que no centro desse nosso território antigo estão enterrados vários os nossos avôs, avós, bisavôs e bisavós, ali estão os cemitérios de todos nossos antepassados.

Cientes desse fato histórico, nós já vamos e queremos ser mortos e enterrados junto aos nossos antepassados aqui mesmo onde estamos hoje, por isso, pedimos ao Governo e Justiça Federal para não decretar a ordem de despejo/expulsão, mas solicitamos para decretar a nossa morte coletiva e para enterrar nós todos aqui.

Pedimos, de uma vez por todas, para decretar a nossa dizimação e extinção total, além de enviar vários tratores para cavar um grande buraco para jogar e enterrar os nossos corpos. Esse é nosso pedido aos juízes federais. Já aguardamos esta decisão da Justiça Federal. Decretem a nossa morte coletiva Guarani e Kaiowá de Pyelito Kue/Mbarakay e enterrem-nos aqui. Visto que decidimos integralmente a não sairmos daqui com vida e nem mortos.

Sabemos que não temos mais chance em sobreviver dignamente aqui em nosso território antigo, já sofremos muito e estamos todos massacrados e morrendo em ritmo acelerado. Sabemos que seremos expulsos daqui da margem do rio pela Justiça, porém não vamos sair da margem do rio. Como um povo nativo e indígena histórico, decidimos meramente em sermos mortos coletivamente aqui. Não temos outra opção esta é a nossa última decisão unânime diante do despacho da Justiça Federal de Navirai-MS.

Atenciosamente, Guarani-Kaiowá de Pyelito Kue/Mbarakay