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quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Vereadora no Paraná é acusada de falso sequestro e presa em flagrante



Vereadora no Paraná é acusada de falso sequestro e presa em flagrante

2/1/2013 15:43
Por Redação, com colaboradores - de Ponta Grossa, PR





Primo da vereadora Ana Maria, o petista Péricles de Mello diz que a família acompanha as investigações da polícia
Primo da vereadora Ana Maria, o petista Péricles de Mello diz que a família acompanha as investigações da polícia
Uma das candidatas mais bem votadas de Ponta Grossa, no interior do Paraná, a vereadoraProfessora Ana Maria (PT), empossada na véspera, recebeu voz de prisão em flagrante, no início da noite desta quarta-feira, por homens do Grupo Tigre da Polícia Civil, especializado em sequestros. Segundo o delegado Luiz Alberto Cartaxo, a vereadora está detida por articular o próprio sequestro, por razões políticas relacionadas à votação da Mesa Diretora da Câmara Municipal. Ela permanece internada em um hospital da cidade, mas “foi autuada em flagrante e está presa sob guarda policial”, afirmou a autoridade policial.
Também foram presas três pessoas sob acusação de envolvimento no falso sequestro. Idalécio Valverde da Silva – motorista da vereadora -, Adauto Valverde da Silva – irmão do motorista – e Susicleia Rocha Valverde da Silva, mulher de Idalécio. Reginaldo da Silva, primo dos irmãos presos e cúmplice no falso sequestro, fugiu.
Segundo o auto policial, a farsa começou quando o filho da vereadora comunicou à polícia o sequestro da mãe na noite passada, logo após posse no cargo. Um telefonema para a família foi realizado a partir do celular de Adauto, mas a origem da ligação, rastreada pela polícia, mostrou que partiu de um aparelho de propriedade do irmão do motorista. Os suspeitos ainda produziram provas, segundo a polícia, na tentativa de embasar a história, tais como pneus furados e problemas na injeção eletrônica do carro onde estava a vereadora no momento do suposto sequestro.
Segundo o delegado, Reginaldo estava em um segundo veículo, para o qual a vereadora foi transferida. Ana Maria se apresentou voluntariamente em um hospital de Ponta Grossa nesta tarde, acompanhada do filho, alegando transtornos emocionais e desidratação. Ela foi sedada e deverá ser levada para a delegacia tão logo tenha condições para tanto. Os envolvidos estão detidos com mandados de prisão temporária e as autoridades não descartam a solicitação de prisão preventiva para todos os envolvidos.
A única exceção seria Susicleia, que teria apenas conhecimento dos fatos e que não participou da armação, de acordo com Cartaxo. A prisão dela pode ser revista. Os autuados responderão na Justiça por falsa comunicação de crime, fraude processual e formação de quadrilha.
– O ‘auto sequestro’ era uma possibilidade a ser verificada desde o início das investigações. Já havia esta desconfiança. Havia também comentários sobre um clima tenso para a votação na Câmara – comentou Cartaxo.
A sessão de votação foi adiada no legislativo municipal. Ainda não se sabe quais eram os interesses políticos para o processo de escolha. A investigação a partir de agora será conduzida pela delegacia de Ponta Grossa.
História mal contada
Na tarde desta quarta-feira, o deputado estadual Péricles Mello (PT), primo da vereadora Ana Maria, disse que ela foi encontrada e levada para a Santa Casa de Misericórdia de Ponta Grossa. Mello descreveu as condições clínicas da suspeita como “hipertensa e desidratada”.
Péricles Mello disse, nesta manhã, ter recebido um telefonema ameaçador nesta madrugada. Em entrevista a um jornal e uma rádio locais, Mello afirmou que a família vai até as últimas consequências para saber o que realmente aconteceu. O parlamentar detalhou aos jornalistas as ameaças de morte sofridas nesta madrugada:
– Ligaram na minha casa, minha filha atendeu e desligaram. Depois ligaram de novo e eu atendei. Falaram: “O que aconteceu com a sua prima viria a acontecer com você, seu vagabundo”
O vereador Aliel Machado (PCdoB) suspeita que crime tenha sido político, para influenciar o resultado da eleição.
– Para mim foi um seqüestro político. Até agora não pediram resgate e tudo aconteceu quando ela estava indo para a votação, que é muito disputada pelos partidos da situação (formados principalmente por PSDB, DEM, PPS, PMN, PSD) e da oposição (PT, PCdoB, PPT, PMDB, PTB, PRB) – disse Machado, que divulgou a suspeita em suas redes sociais.
Vereadora reeleita pela legenda petista, Ana Maria de Holleben desapareceu logo após a cerimônia de posse para a legislatura 2013/16, realizada na manhã desta terça-feira, no Cine-Teatro Ópera. Após ser empossada e participar da oficialização de Marcelo Rangel (PPS) como novo prefeito, a petista deixou o local para levar a mãe dela em casa.
– Eu até a convidei para vir comigom em meu carro, mas ela disse que iria levar a mãe até a casa, fazer um lanche rápido e seguir para a Câmara – lembra o vereador eleito Paulo Cenoura (PSC).
Segundo o motorista da vereadora, que foi ouvido por investigadores da 13ª Subdivisão Policial (SDP), quatro homens teriam abordado o carro em que Ana Maria estava.
– Ele relatou que foram cercados por um carro e duas motos e que os bandidos transferiram a vereadora de veículo – relatou o delegado Maurício Souza da Luz.
Caso em aberto
A vereadora Ana Maria está sequestrada há mais de 24 horas
A vereadora Ana Maria está sequestrada há mais de 24 horas
O falso sequestro ocorreu por volta das 18h. O funcionário da parlamentar disse à polícia que havia dois criminosos no automóvel – um Gol, que ainda não foi encontrado – e um em cada motocicleta. Ele não soube precisar o local exato da abordagem, entretanto, informações dão conta de que o fato teria acontecido na Avenida Visconde de Taunay, na periferia da cidade.
As investigações da Polícia Civil sobre o desaparecimento da vereadora Ana Maria seguiram nesta quarta-feira e “foi registrado um boletim de ocorrência, pelos familiares, como sequestro”, assegura o delegado Maurício, que lidera o caso junto com o delegado Josimar Antônio da Silva. A autoridade policial acrescentou que, na delegacia, o filho de Ana Maria disse que conversou com a mãe no final da tarde.
– Ela ligou, disse que estava bem e que à noite retornaria – disse.
No entanto, não se sabe se a ligação teria acontecido antes, ou após o sequestro. O grupo Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial (Grupo Tigre), especializado em resgate de reféns e negociação para desvendar o caso do sequestro à vereadora, foi acionado pela Polícia Civil e os investigadores do Grupo já esta

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