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terça-feira, 9 de abril de 2013

Barbosa tenta impedir recurso contra julgamento da AP 470, diz colunista

Jornal Correio do Brasil - Notícias Online


Barbosa tenta impedir recurso contra julgamento da AP 470, diz colunista

8/4/2013 13:08
Por Redação - de São Paulo e Brasília

Genoino disse, em entrevista, que é inocente e a Justiça o inocentará
Genoino disse, em entrevista, que é inocente e a Justiça o inocentará
Presidente do Supremo Tribunal Federal, o ministro Joaquim Barbosa já marcou sua passagem para Costa Rica, sede da Corte Interamericana de Direitos Humanos, com o objetivo de  ”evitar que o tribunal aceite recursos de réus condenados na Ação Penal (AP) 470. Os réus alegam que, no processo, não tiveram um direito básico, que é o duplo grau de jurisdição, ou seja, a possibilidade de recorrer das decisões”, diz uma notícia publicada na coluna da jornalista Vera Magalhães, na última edição do diário conservador paulistano Folha de S. Paulo. Segundo a nota, intulada Sintonia fina, “com a proximidade da fase de recursos do mensalão, Joaquim Barbosa viajará no começo de maio para evento sobre liberdade de expressão na Costa Rica e se reunirá com Diego García-Sayá, presidente da Corte Interamericana de Direitos Humanos”.
“O presidente do STF espera que Sayá reitere o entendimento de que não cabe revisão do julgamento -cujo acórdão sai nesta semana- em instâncias internacionais, uma das estratégias de defesa de réus como José Dirceu”, acrescentou.
Ainda segundo a colunista, “durante jantar em março, em Brasília, Sayá havia dito a Barbosa que, se recursos batessem na corte, seriam devolvidos. Ele justificou que o país é uma democracia e os réus tiveram amplo direito de defesa”.
Revisão do julgamento
Na noite passada, durante uma entrevista ao jornalista Kennedy Alencar, no canal aberto de televisão RedeTV!, o deputado José Genoino (PT-SP), um dos principais líderes da esquerda brasileira, réu no processo do ‘mensalão’, disse que está determinado a “lutar até o fim” contra uma condenação que considera “injusta”. Genoino também fez uma série de críticas à Ação Penal 470. Na avaliação do petista, que deverá cumprir pena de seis anos e 11 meses de prisão, o julgamento “foi um grande espetáculo impulsionado por setores da grande mídia sem dar espaço ao contraditório”.
– Respeito e vou cumprir as decisões do Supremo, mas vou discutir até o fim. E a vida me mostra que a verdade, mais cedo ou mais tarde, prevalecerá – garantiu o deputado.
Genoino também afirmou que é uma “sensação dura estar condenado e ser inocente”, mas afirma que lutará contra essa injustiça, que “fez parte de uma construção que tem parte de fantasia, de fatos de campanha eleitoral e de outras pessoas que botam tudo na onda para criar o efeito manada”, num julgamento “profundamente influenciado por uma campanha”.
Ao ser perguntado sobre o fato de ter presidido um PT que manteve relações próximas com Marcos Valério, apontado como operador do ‘mensalão’, o deputado garantiu que apenas “fazia política” e insistiu que não teve reuniões nem fez visitas ao publicitário mineiro.
– Como presidente do PT, eu cuidava das alianças políticas, das alianças eleitorais. Eu não aceito ser condenado como criminoso por uma prática que eu não pratiquei – afirmou.
Emocionado
O deputado petista lembrou que não “teve uma prova” de que um de seus colegas recebeu dinheiro em troca de voto e mostrou uma tabela da Receita Federal referente à Visanet, apresentada pelo consagrado jornalista Raimundo Pereira na edição de novembro da Revista Retrato do Brasil, que mostra “que todo aquele dinheiro da Visanet foi pago por eventos que ocorreram, promoções que aconteceram, veiculação de propaganda que não têm nada a ver com o PT”, numa comprovação, segundo ele, de que não houve envolvimento de dinheiro público.
Genoino não acredita que o PT tenha se corrompido no poder, como sugeriu o entrevistador, mas admitiu que deveria ter priorizado uma reforma política já em 2003 para garantir o financiamento público, proibindo a ação de empresas privadas e fidelidade partidária. Ele reafirmou que “não é verdade” que tenha havido corrupção por parte do PT no poder: “Ninguém comprou voto, não tem nenhuma prova e não houve uso de dinheiro público, está aqui o documento da Receita Federal”.
Visivelmente emocionado, o parlamentar afirmou ao jornalista que tem um “compromisso radical com a democracia”, o deputado do PT lembrou de episódios como sua prisão e a passagem pelo “pau-de-arara”, durante o período da ditadura militar, e o fato de não ter “título de doutor”, tudo em luta pela democracia. Apesar de se recusar a conversar sobre as formas de recurso que acionaria contra sua condenação, o parlamentar não disse que descarta recorrer à Corte Interamericana de Direitos Humanos.
– Pretendo lutar em qualquer situação para defender que não pratiquei crimes – concluiu.

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